Dia 2 de fevereiro é dedicado a fazer homenagens à rainha das águas.
Tradição leva devotos logo cedo ao bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
O dia 2 de fevereiro não é considerado feriado em Salvador, mas a tradição de reverenciar Iemanjá, a grande "rainha das águas" muda a rotina de milhares de baianos. Antes mesmo de amanhecer o dia, os primeiros presentes eram deixados no bairro do Rio Vermelho, onde as comemorações nesta quinta-feira começaram cedo, com uma alvorada de fogos e a passagem rápida e já tradicional do músico Carlinhos Brown acompanhado por cerca de 100 timbaleiros. Eles se juntaram aos demais e deixaram as oferendas escolhidas pela característica vaidosa do orixá.
A festa acontece tradicionalmente desde 1923. Na colônia do Rio Vermelho, devotos levam presentes que são entregues por pescadores durante uma procissão marítima marcada para sair às 16h. Nesta manhã, por volta das 6h, a chuva surpreendeu os fiéis que já formavam uma longa fila para deixar flores e outros objetos. O mau tempo não durou muito e nem espantou a grande quantidade de fiéis.
  Os pescadores decoram o carramanchão com palhas de coqueiros e é nesse  espaço que fica guardado o presente principal, um segredo que só foi  revelado no amanhecer deste dia 2 de fevereiro. Este ano, 30 artistas  plásticos se uniram para criar uma concha feita em resina, decorada com  40 pérolas.
  “Preparamos o presente principal, o presente de Oxum. Preparamos as  embarcações, fazemos as vistorias com a ajuda da Capitania dos Portos. A  festa acaba sendo realizada com todo glamour, com toda luz, porque  Iemanjá é na verdade, a rainha do mar, e é ela quem nos protege”, diz  Marcos Santos de Souza, coordenador da colônia de pescadores, ainda na  véspera da festa.
  Muitos ambulantes chegaram ao Rio Vermelho ainda na quarta-feira e  devem permanecer até o final das comemorações. Velas, flores, colares e  contas são os itens mais vendidos aos devotos que chegam ainda sem ter  providenciado a sua homenagem à rainha das águas.
Historia:
  A tradição de oferecer presentes a Iemanjá na enseada do Rio Vermelho  começou em 1923, iniciativa de 25 pescadores, alguns adeptos do  Candomblé, que buscaram na fé a solução para a falta de peixes no  litoral do bairro.
  No início, era chamada de festa da Mãe D'água e realizada em conjunto  com a Paróquia do Rio Vermelho, mas na década de 60, o padre resolveu  pôr fim ao sincretismo. A partir daí, os pescadores decidiram homenagear  apenas o orixá.
  No Candomblé, Iemanjá é uma das entidades femininas mais importantes.  Na cultura africana, ela é a mãe de todos os orixás, representada como  uma mulher de grande ventre e seios volumosos. Na Bahia, por influência  da Iara Indígena, ganhou a forma de uma sereia vaidosa, ciumenta e que  adora presentes.
  Os baianos se rendem aos caprichos de Iemanjá e enfrentam horas na fila  para colocar presentes nos balaios que serão levados para o mar pelos  pescadores. Alguns preferem entregar pessoalmente as oferendas, e jogam  ao mar as flores e outras homenagens.
Fonte - G1
Neto do PT - Maragojipe em Ação!



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