Os deputados desfraldaram uma bandeira do Brasil para comemorar a vitória.
Os
 parlamentares progressistas comemoram o resultado. De mãos dadas, 
cantaram o hino nacional. Nas galerias, os representantes das centrais 
sindicais, que acompanhavam a votação, imitaram o gesto.
O líder do PCdoB na Câmara em exercício, deputado Osmar Júnior (PI), anunciou
 o voto da bancada favorável à matéria, destacando que “há quase quatro 
séculos, o nosso país luta para extirpar o trabalho escravo da vida do 
Brasil, luta que chegou até os dias de hoje”. E anunciou que “o PCdoB 
vota ‘sim’ porque precisamos dos instrumentos para enterrar na história 
do Brasil essa triste chaga”.
O
 líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-PB), também 
declarou o voto favorável à PEC. Foi ele quem propôs o adiamento da 
votação da matéria para esta terça-feira, diante da resistência de parte
 da bancada peemedebista/ruralista na votação marcada para semana retrasada.
O
 presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), elogiou o voto do 
PMDB, esclarecendo que foi retomado o acordo feito anteriormente de que 
na votação da matéria no Senado, para onde será encaminhada agora, será 
discutida a regulamentação da lei.
Sem alteração
Os
 partidos conservadores declararam que votariam a favor da PEC, mas 
destacaram a necessidade da lei complementar para esclarecer os 
parâmetros e qualificativos do trabalho análogo ao trabalho escravo, 
fazendo coro à bancada ruralista. Foi o caso do líder do DEM, deputado 
ACM Neto.
O
 PP disse que orientava ‘sim’, mas que sabia que a bancada não iria 
atender, porque não chegou a solução consensual. Solução consensual 
seria aceitar a votação de uma alteração no Código Penal, proposta pela 
bancada ruralista, redefinindo o trabalho escravo, o que inviabilizaria a
 fiscalização. O mesmo aconteceu com o PTB e o PSC.
Já
 o PT, o PSB, o PSOL, o PDT se uniram ao PCdoB na defesa da PEC. A 
deputada Luiza Erundina (PSB-SP) disse que defende a lei que elimina de 
uma vez por todas o trabalho escravo e coloca o Brasil em sintonia com o
 mundo inteiro. Segundo ela, o PSB mantém a mesma posição de 11 anos 
atrás quando a matéria foi votada em primeiro turno.
O
 líder do PDT, deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), disse que o interstício 
de cinco sessões entre os dois turnos de votação da PEC, nesse caso, 
demorou 11 anos.
O
 deputado Alberto Lupion (DEM-PR), contrário à PEC, em meio à iminência 
da derrota, disse que "quem comete trabalho escravo precisa ir para 
cadeia. Expropriação é coisa para Venezuela, Bolívia", disse.
De Brasília
Márcia Xavier, para o Vermelho
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