O
 Brasil registrou avanços significativos em vários indicadores de 
trabalho decente nos últimos anos.  É o que revela o relatório “Perfil 
do Trabalho Decente no Brasil – Um Olhar sobre as Unidades da 
Federação”, divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Escritório da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil. A OIT elogiou o 
modelo de desenvolvimento adotado pelo governo brasileiro, que 
privilegia inclusão social.
O
 estudo destaca que o número de empregos formais no País cresceu 53,6% 
entre 2003 e 2010. A OIT analisou ainda rendimentos adequados, jornada 
de trabalho decente, trabalho escravo, estabilidade, segurança e 
igualdade de oportunidades.
O
 Brasil encerrou 2010 com 44,07 milhões de pessoas empregadas em postos 
formais. De acordo com o relatório, o aumento equivale a um crescimento 
médio anual de 5,51% no período. A Relação Anual de Informações Sociais 
(Rais), do Ministério do Trabalho, citado pela OIT, aponta que 15,38 
milhões de postos formais de trabalho foram criados no Brasil entre 2003
 e 2010.  A OIT destaca ainda que os postos de empregos formais tiveram 
maior crescimento em regiões mais pobres e com mercado de trabalho menos
 estruturado. O Norte aumentou em 85,7% o número de vínculos 
empregatícios formais entre 2003 e 2010 e o Nordeste registrou alta de 
64,9%.
Na
 avaliação do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), presidente da Comissão 
de Constituição e Justiça da Câmara e ex-ministro do Trabalho no Governo
 Lula, o relatório da OIT é o retrato fiel do “modo petista de 
governar”. Berzoini explicou que no governo Fernando Henrique Cardoso 
(PSDB) o discurso era contra o trabalhador. “Ele até criou a expressão 
‘inempregável’ e valorizou a terceirização do mercado de trabalho”, 
criticou Berzoini. O deputado acrescentou que, desde 2003, quando Lula 
assumiu a Presidência da República, a política trabalhista passou a ser 
alinhada com as determinações da OIT.
“A
 nossa meta passou a ser a do trabalho decente, com jornada e salários 
dignos, formalização do mercado de trabalho e geração de trabalho com 
distribuição de renda”, afirmou Ricardo Berzoini.
O
 deputado Vicentinho (PT-SP), integrante da Comissão de Trabalho da 
Câmara e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores, enfatizou que
 o relatório da OIT mostra uma realidade que foi construída pelos 
governos petistas. “Esse resultado positivo do trabalho decente no 
Brasil não é por acaso. É consequência das políticas de valorização 
humana e de geração de oportunidades adotadas pelo governo Lula e que 
teve continuidade com a presidenta Dilma”, afirmou.
Vicentinho,
 que participou da última conferência da OIT, disse que a organização 
recebeu com muita expectativa a informação sobre a aprovação, pela 
Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição contra o 
trabalho escravo. “São com essas ações fortes do Congresso brasileiro, 
com políticas afirmativas do Governo Federal e com um sindicalismo forte
 que alcançaremos cada vez mais índices positivos no trabalho decente e 
na valorização dos nossos trabalhadores”, concluiu Vicentinho.
Trabalho
 infantil – O estudo da OIT mostra evolução positiva na formalização do 
trabalho, na diminuição da desigualdade de cor e gênero e na redução do 
trabalho infantil, entre outros. Segundo o relatório da agência da 
Organização das Nações Unidas (ONU), em alguns estados o trabalho de 
crianças está praticamente erradicado.
Entre
 2004 e 2009, o número de crianças e adolescentes ocupados caiu de 11,8%
 para 9,8%. “O Brasil é destaque internacional na erradicação do 
trabalho infantil. A OIT apoia a disseminação das experiências 
brasileiras nessa área”, afirma a diretora do escritório da agência no 
País, Laís Abramo.
Rendimentos
 – Os rendimentos do trabalho mantiveram a trajetória de crescimento, as
 disparidades de gênero e raça foram reduzidas. O rendimento médio real 
dos trabalhadores cresceu continuamente, passando de R$ 896 para R$ 
1.071, entre 2004 e 2009, o que perfaz um aumento real de 19,5% em 
apenas cinco anos, não obstante a forte desaceleração econômica ocorrida
 em 2009, fruto da crise internacional.
O
 aumento da remuneração laboral foi decorrente, sobretudo, dos seguintes
 fatores: a política de valorização do salário mínimo (entre abril de 
2003 e janeiro de 2010, o aumento real acumulado do salário mínimo foi 
de 53,7%); a intensificação do processo de formalização das relações de 
trabalho, abrindo a oportunidade para uma parcela dos trabalhadores 
transitarem para uma inserção ocupacional protegida e de rendimentos 
mais elevados; o expressivo crescimento do percentual de acordos e 
negociações coletivas que estipulavam um reajuste real dos salários, no 
caso das categorias mais organizadas dos trabalhadores.
Fonte: Portal PT na Câmara
 
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